" Os monstros existem. Os fantasmas também. Eles vivem dentro de nós e ás vezes eles ganham ". Stephen King


UM CORAÇÃO SOLITÁRIO PERDIDO EM MEIO AO CAOS.....NÃO REPARE A BAGUNÇA...

domingo, 16 de outubro de 2011

DETENTOR

Acreditei que te amaria para sempre
e me prendi a esse sentimento
sem me questionar se iria perdurar.
Habituei-me a ele.

De inicio com a paixão mais arrebatadora
que se possa sentir.

Depois te amei com dor.

Depois, continuei te amando, só amando.

Por um tempo
passar pelos lugares que nos pertenciam
Me alfinetava o peito
e o coração inchava
Eu não conseguia pensar em nada alem de você.

Cada passo,
era dedicado a você.

Cada palavra proferida
era inspirada em você.

Cada rua
cada banco de praça
tinha a sua imagem
latente e presente.

Esperava te encontrar em cada esquina,
mas nunca encontrava.

O seu cheiro não me abandonava,
podia senti-lo a milhas de você.
Podia dormir e acordar com ele
e assim eram os meus pensamentos.
Anoitecendo e amanhecendo ao seu lado.
Doía-me a alma não te-lo por perto.
Meu peito quase explodia ao ouvir sua voz
Sua imagem, a ideia do que você era para mim
Me fazia melhor.

E eu nunca disse,
mas eu o amei desde a primeira esquina
Desde o primeiro silencio constrangedor.

Desde o primeiro olhar, depois que nossos lábios se separaram.

E nunca foi reciproco.
Eu nunca me importei.
O que eu sentia, mesmo que doesse, me bastava.

Mas não perdurou.

E me surpreendo quando hoje, 
me esforço para relembrar dos nossos dias.

Não tenho mais seu perfume, seu gosto se esvaiu.
As lágrimas não mais sufocam minha garganta.

Se tornou um estranho nos meus pensamentos,
um intruso em algum lugar esquecido na minha memória.

Havia tanto amor.
Tanta dor.
Tanto desejo.
Tantas idas e vindas, 
quanta loucura em demasia.

Tudo tão superficial agora.

Acostumei-me tanto a esse amor imensurável 
que nem percebi que
já havia te deixado para trás.

Guardado. Escondido
em algum canto empoeirado do meu passado.
Quase, como se nunca houvesse existido.

Mas existiu.


Pois ainda é o detentor de toda a minha inspiração.

by Neh


INDIFERENÇA

Estou no caminho errado.
Sei disso.

Estou, porque assim escolhi.
Caminhar de olhos vendados.

Guiando-me por meus instintos
Minhas ânsias.
Com a esperança de cessar as minhas dores.

Sem olhar para trás.
Sem enxergar.
Aquilo que não vejo não poderá me atingir.
Não poderá machucar-me.

Só quero sentir o incomodo dos meus calos gritando.

Sem riscos.
Sem dissabores.
Quero prosseguir assim.
Sem nada sentir.

Carrego em mim, uma alma destroçada,
isso basta para não querer 
que meu coração seja retalhado novamente.

Ergui barreiras.
Prosseguirei com elas,
tendo a indiferença como companhia.

Entre a dor e o nada,
permito que o vazio me encha de solidão,
e enterre tudo o que um dia me machucou.



by Neh

ESCONDERIJO

Procuro a solidão como o ar procura o chão,
como a chuva só desmancha pensamento sem razão.
Procuro esconderijo, encontro um novo abrigo,
como a arte do seu jeito e tudo faz sentido.
Calma pra contar nos dedos.
Beijo pra ficar aqui.
Teto para desabar. 
Você para construir.

Ana Cañas

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

SE VOCÊ NÃO ESTA COMIGO


No meu coração fiz um lar
o meu coração é o teu lar
e de que me adianta tanta mobília
se você não está comigo?
Nando Reis

NÃO SOU FEITA DE MEIO TERMOS

Eu não sou do meio,
sou do princípio ao fim.
Eu não sou do meio,
não sou do meio termo,
quero todos os gestos ou nenhum.
Todos os sons ou o silêncio total,
nada de meias palavras
de duplo sentido.

Humberto Gessinger

DESPEDAÇADA

Tenho me poupado dos meu segredos.
Engolido as minhas dores.

Rejeitado a verdade
e me auto condenando
à um abismo de mentiras.

Esforçando-me para compreender
como alguém que é capaz de salvar
consegue matar.

Como alguém que te resgata do poço, 
te manda de volta para lá.

A corda que me puxou
é a mesma que hoje enlaça o meu pescoço
e me ergue diante do mundo.

De peito nu e escancarado,
com minhas cicatrizes a mostra.

Sem refugio,
sem salvação.

Nua.
Sangrando à multidão.

Sofrendo por acreditar naquilo que nunca existiu.

Atada ao nó do desespero,
dessa vez, aliada a força de não me entregar.
Não, dessa vez.

Posso estar despedaçada
mas nada me impedirá de colar os pedaços.

by Neh


domingo, 9 de outubro de 2011

EU, VOCÊ E A PRAÇA

Encostei o meu carro na praça e você, um tanto sem graça, sorriu pra mim. 
Sem querer eu olhei em seus olhos, sem saber segurei suas mãos e começou assim um longo silêncio entre nós. A sua presença calou minha voz, tanta coisa eu tinha guardado pra lhe dizer mas não disse nada. 
Encostei o meu corpo no seu e um novo desejo nasceu, entre nós dois, seus carinhos me deixavam louco, nosso tempo era curto e tão pouco, e deixamos pra depois.
(...) Preciso rever seu sorriso um tanto sem graça, preciso voltar mais uma vez com você lá na praça pra falar mais um pouco de mim, encostar o meu corpo em seu corpo e adormecer assim. 
Preciso rever seu sorriso um tanto sem graça...
 

Zeca Baleiro

CASA PRÉ FABRICADA

Abre os teus armários
Eu estou a te esperar
para ver deitar o sol
sob os teus braços castos
Cobre a culpa vã
até amanhã eu vou ficar
e fazer do teu sorriso um abrigo

Canta que é no canto que eu vou chegar
Canta o teu encanto que é pra me encantar
Canta para mim
qualquer coisa assim sobre você
Que explique a minha paz
Tristeza nunca mais

Vale o meu pranto
que esse canto em solidão
Nessa espera o mundo gira em linhas tortas
Abre essa janela
primavera quer entrar
pra fazer da nossa voz uma só nota.



Maria Rita