Acreditei que te amaria para sempre
e me prendi a esse sentimento
sem me questionar se iria perdurar.
Habituei-me a ele.
De inicio com a paixão mais arrebatadora
que se possa sentir.
Depois te amei com dor.
Depois, continuei te amando, só amando.
Por um tempo
passar pelos lugares que nos pertenciam
Me alfinetava o peito
e o coração inchava
Eu não conseguia pensar em nada alem de você.
Cada passo,
era dedicado a você.
Cada palavra proferida
era inspirada em você.
Cada rua
cada banco de praça
tinha a sua imagem
latente e presente.
Esperava te encontrar em cada esquina,
mas nunca encontrava.
O seu cheiro não me abandonava,
podia senti-lo a milhas de você.
Podia dormir e acordar com ele
e assim eram os meus pensamentos.
Anoitecendo e amanhecendo ao seu lado.
Doía-me a alma não te-lo por perto.
Meu peito quase explodia ao ouvir sua voz
Sua imagem, a ideia do que você era para mim
Me fazia melhor.
E eu nunca disse,
mas eu o amei desde a primeira esquina
Desde o primeiro silencio constrangedor.
Desde o primeiro olhar, depois que nossos lábios se separaram.
E nunca foi reciproco.
Eu nunca me importei.
O que eu sentia, mesmo que doesse, me bastava.
Mas não perdurou.
E me surpreendo quando hoje,
me esforço para relembrar dos nossos dias.
Não tenho mais seu perfume, seu gosto se esvaiu.
As lágrimas não mais sufocam minha garganta.
Se tornou um estranho nos meus pensamentos,
um intruso em algum lugar esquecido na minha memória.
Havia tanto amor.
Tanta dor.
Tanto desejo.
Tantas idas e vindas,
quanta loucura em demasia.
Tudo tão superficial agora.
Acostumei-me tanto a esse amor imensurável
que nem percebi que
já havia te deixado para trás.
Guardado. Escondido
em algum canto empoeirado do meu passado.
Quase, como se nunca houvesse existido.
Mas existiu.
Pois ainda é o detentor de toda a minha inspiração.
by Neh