As lágrimas corriam de baixo para cima.
Gota a gota escorriam lentas e amargas para dentro do coração.
Só uma expressão sombria no rosto, é que alertava o mundo de sua decisão.
Arrancar cada pedacinho inútil do que restou, do que havia existido.
E como arrancar o que não existiu do nada que restou?
Não há letras marcadas em nenhum papel.
Nem músicas melancólicas cantadas no silêncio do pensamento.
Nem palavras.
Mas ainda assim é preciso remover o que bem já não faz mais.
Não sabe como agir.
E a verdade é que toda vez que esfrega as frases marcadas nas paredes do seu mundo, mais evidentes elas se tornam.
Apagar o que não foi escrito de fato.
Limpar o que não está sujo.
Mas que está lá.
É óbvio mas não se diz.
E as sensações transbordam.
Anica Gonçalves
Anica Gonçalves
by Neh
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