Triste ela subia os degraus sozinha.
Olhava para os lados para ver se alguém a puxaria de volta.
Inútil.
Contou os passos, contou os degraus um a um.
Retardou o final.
Quis apreciar os momentos que lhe restavam.
A sensação de nunca mais ter que olhar para trás.
Nunca mais esperar por alguém.
Nunca mais ter que segurar o choro.
Nunca mais fechar os olhos ao invés de agir.
Nunca mais olhar para as outras pessoas.
Agora era só chegar ao último degrau.
Para aprender a voar.
E mesmo com as asas cortadas.
Ela saltou.
Anica Gonçalves
by Neh
Um comentário:
Lindo poema...
A solidão às vezes nos sonda, nos machucam, e dificilmente teremos uma mão pra segurar, temos que aprender a superar e sair desse abismo sozinho...
Beijoss
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